Rage applying

e o desafio do engajamento na Gen Z

Após “great resignation”, “quiet quitting” e outros termos ligados ao mercado de trabalho, eis que nos deparamos com o mais recente deles: “rage applying”.

Rage applying é um termo que descreve a prática de enviar várias aplicações de emprego de forma impulsiva e repetitiva, motivada principalmente pela frustração com o trabalho atual. Independentemente do causador deste sentimento (falaremos melhor sobre as principais razões para isso mais à frente), fato é que o rage applying é uma forma que profissionais, especialmente da Geração Z, encontraram para demonstrar seu descontentamento.

Ao meu ver, o fenômeno do rage applying está ligado ao desengajamento dos colaboradores desta geração com as empresas onde trabalham. Uma das principais razões para isto é o desalinhamento com a cultura e o propósito da organização, o que pode levar estes jovens a sentirem-se desmotivados e desconectados do trabalho que estão realizando. Quando não se identificam com os valores ou cultura da empresa, é mais provável que sintam a necessidade de procurar oportunidades em outro lugar, levando a um ciclo de insatisfação e aplicação impulsiva em massa.

Além disso, a falta de acompanhamento próximo e feedback dos chefes diretos pode contribuir para o desengajamento. Os profissionais da Geração Z valorizam o feedback frequente e construtivo, bem como a orientação clara sobre seu desempenho. Quando não recebem o suporte necessário no ambiente de trabalho, podem se sentir perdidos, subutilizados ou ignorados, levando a um aumento da frustração e da predisposição para o rage applying. Problemas de relacionamento com colegas, pressão excessiva ou insatisfação com a remuneração também são potenciais desmotivadores.

Independentemente das razões para este descontentamento, o que eu gostaria de destacar é que essa conexão entre o rage applying e o desengajamento dos colaboradores mais jovens sinaliza a importância das práticas de recrutamento, integração e gestão de talentos para as organizações que desejam reter e motivar seus colaboradores da Gen Z.

Pensando nisto, elenquei algumas dicas práticas para que líderes e profissionais de RH das empresas consigam mitigar o risco de desengajamento e recuperar a motivação e satisfação destes profissionais:

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Promover uma cultura organizacional inclusiva e diversificada, onde os valores e propósitos da empresa sejam claros e alinhados com os valores dos colaboradores mais jovens.

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Fornecer feedback regular e construtivo, reconhecendo o bom trabalho e identificando oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.

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Oferecer oportunidades de crescimento e desenvolvimento de carreira claras e acessíveis, incentivando a aprendizagem contínua e o avanço dentro da organização.

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Implementar programas de mentoria que conectem os profissionais da Geração Z com líderes mais experientes, permitindo a troca de conhecimentos e experiências.

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Criar um ambiente de trabalho flexível e equilibrado, que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e promova a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores.

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Incentivar a participação ativa dos funcionários em projetos e decisões da empresa, demonstrando confiança e dando voz aos profissionais da Geração Z.

Essas são algumas estratégias práticas que as lideranças e o departamento de RH podem adotar para reverter o desengajamento e recuperar a motivação e satisfação dos jovens talentos em suas organizações. Não espere surgir um novo termo da moda para aplicá-las!

 

Rodrigo Vianna

CEO da ​Mappit & Co-Founder Talenses Group

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