O impacto financeiro da rotatividade, saúde mental, e absenteísmo nas empresas: um desafio para 2025
Nos últimos anos, as empresas brasileiras têm enfrentado um desafio crescente, mas ainda muitas vezes subestimado: o impacto financeiro da rotatividade, da saúde mental e do absenteísmo no ambiente de trabalho. Embora esses temas tenham ganhado visibilidade durante a pandemia de COVID-19, os efeitos continuam a afetar diretamente a produtividade e a saúde financeira das organizações. Para 2025, a necessidade de repensar o modelo de gestão de pessoas se torna cada vez mais urgente, pois os custos gerados por esses fatores são imensos e não podem mais ser ignorados.
Me deparei, recentemente, com dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), que revelam que os transtornos mentais entre trabalhadores brasileiros causam um prejuízo anual de aproximadamente R$ 400 bilhões às empresas, o que equivale a 4,7% do PIB nacional. Entendo que essa realidade vai além do impacto econômico imediato, afetando também o engajamento, a produtividade e, consequentemente, o clima organizacional. Além disso, a American Psychological Association estima que o estresse relacionado ao trabalho, por exemplo, custa às empresas mais de US$ 300 bilhões por ano nos Estados Unidos, entre absenteísmo e despesas com saúde. Estes números não apenas evidenciam o peso financeiro da saúde mental, mas também apontam para a necessidade de as empresas adotarem uma abordagem mais humanizada e preventiva.
Há também outro fator que tem gerado grandes perdas às organizações, a alta rotatividade de funcionários. Analisando o relatório “The High Cost of a Toxic Workplace Culture”, publicado pela SHRM (Society for Human Resource Management), destaco dados que apontam que, entre 2014 e 2019, quase um em cada cinco trabalhadores americanos deixou seu emprego devido a ambientes de trabalho tóxicos, resultando em um custo de rotatividade de US$ 223 bilhões. A rotatividade não afeta apenas o caixa das empresas, mas também a moral e o desempenho das equipes. Culturas organizacionais desmotivadoras e abusivas elevam os custos operacionais, reduzem a produtividade e comprometem a inovação. Com a crescente valorização das novas gerações de profissionais, que priorizam o bem-estar no ambiente de trabalho, as empresas que não atentarem para essas questões correm o risco de perder talentos essenciais para a sua continuidade e crescimento.
A transformação cultural nas empresas deve ser encarada como uma prioridade estratégica para 2025. Tratar os colaboradores como peças descartáveis em uma engrenagem é um erro grave que contribui para o adoecimento e desengajamento das equipes. Para que as organizações se destaquem em um mercado cada vez mais competitivo, é fundamental que a liderança compreenda que promover um ambiente acolhedor, diverso e sustentável é um investimento a longo prazo. Uma cultura organizacional forte e positiva é um dos principais pilares para a retenção de talentos e a manutenção da competitividade no mercado.
A criação de ambientes que priorizem o bem-estar dos colaboradores e a implementação de estratégias eficazes de gestão da saúde mental são imprescindíveis para o sucesso das empresas nos próximos anos. Investir em lideranças saudáveis não é uma opção, mas sim uma responsabilidade de cada líder. Uma liderança consciente e proativa na construção de uma cultura organizacional positiva é essencial para a alta performance sustentada e para o bem-estar dos colaboradores.
Em um cenário em que as expectativas sobre a qualidade do ambiente de trabalho estão cada vez mais altas, as empresas precisam adotar práticas mais estratégicas em relação à saúde mental e ao clima organizacional. Acompanhamos, no Talenses Group, que ferramentas de monitoramento de indicadores de clima e burnout, além de canais de feedback e diálogo, têm se tornado cada vez mais comuns, permitindo que as empresas respondam de forma proativa aos desafios relacionados à saúde mental e ao ambiente de trabalho.
A mudança de mentalidade e o fortalecimento da cultura organizacional devem ser encarados como uma prioridade no planejamento estratégico para 2025. Empresas que buscam reduzir os custos da rotatividade e do absenteísmo precisam de líderes comprometidos em valorizar o potencial humano e promover um ambiente saudável e equilibrado.