Cultura organizacional: um potencial veneno para as ações de Diversidade, Equidade e Inclusão
Cultura organizacional: um potencial veneno para as ações de Diversidade, Equidade e Inclusão
Neste mês do Dia Internacional da Mulher, proponho uma reflexão: por que persistem tantos vieses, tanto inconscientes quanto conscientes, nos processos seletivos? Especificamente sobre a presença feminina no mercado de trabalho, é inegável nossa cultura patriarcal machista, que erroneamente vê mulheres como menos capazes em força, ousadia, estratégia, comprometimento e disponibilidade.
A Pesquisa Panorama Mulheres, do Talenses Group em parceria com o Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, revela que, no Brasil, 83% dos cargos de presidência são masculinos, enquanto as mulheres ocupam 34% das vice-presidências, 26% dos cargos de diretoria e 21% dos assentos em conselhos de administração, com apenas 4,1% dessas diretoras sendo negras.
O mundo avança em Diversidade, Equidade e Inclusão. O consumidor global valoriza esses princípios, independentemente do produto ou serviço. Ignorar essa realidade, optando por uma visão conservadora, pode conduzir a um cenário de monocultura e limitações significativas para atrair e reter talentos, além de restringir o market share.
Enfrento argumentos contrários, mas destaco, mesmo em 2024, a presença de orientações discriminatórias em briefings de seleção. Ainda que muitas multinacionais e grandes empresas nacionais já incorporem essa pauta, há um caminho de conscientização a ser percorrido, especialmente em alguns perfis de empresas, onde preconceitos são mais arraigados.
Como headhunter, esforço-me por equilibrar os short lists apresentados aos clientes, promovendo a Diversidade, Equidade e Inclusão não só como inovação, mas como estratégia de valorização da marca e cultura organizacional. Reconheço que, em alguns casos, a resistência não vem de preconceito, mas da falta de conhecimento ou medo do desconhecido.
Portanto, é crucial redefinir a cultura organizacional, integrando Diversidade, Equidade e Inclusão no centro da estratégia de negócios e desenvolvimento de lideranças. Estamos diante da necessidade de unir diferentes gerações no mesmo ambiente de trabalho, exigindo humildade, coragem e uma abordagem estratégica para evoluir.
O fato concreto é: onde há diversidade, há potência!
João Marcio Souza
Managing Partner & CEO Talenses Executive | Founder Talenses Group