
A PRESENÇA DE MULHERES EM CARGOS DE LIDERANÇA AVANÇOU
Mas estacionou onde mais importa: no topo
O ESTUDO
Panorama Mulheres 2025
Nova edição da pesquisa Panorama Mulheres revela um cenário de estagnação: apenas 17,4% das empresas são presididas por mulheres, praticamente o mesmo percentual registrado na edição anterior (17%).
O estudo, uma parceria entre o Instituto Talenses Group e o Núcleo de Estudos de Gênero do Insper, oferece uma leitura aprofundada sobre como as barreiras à equidade seguem operando de forma estrutural, ainda restringindo o avanço rumo a organizações genuinamente diversas.
Mais do que retratar o problema, o report também aponta caminhos possíveis. Organizações que articulam estratégias ESG, compromissos públicos e planos de ação estruturados apresentam resultados mais consistentes em termos de representatividade e equidade em todos os níveis hierárquicos.
Alguns destaques da edição 2025:
das empresas possuem mulheres na vice-presidência, número que caiu em relação a 2022, quando era de 34%;
das diretorias são ocupadas por mulheres, número que cresceu em relação a 2022, quando era de 26%, sinalizando avanços em níveis intermediários da liderança
das posições de liderança ainda são ocupadas por pessoas brancas, evidenciando a baixa diversidade racial nesses cargos;
entre as 310 respondentes, contam com mulheres com deficiência em cargos de alta gestão.
O funil da liderança é real
A Panorama mostra que mulheres continuam concentradas em áreas de staff, como Recursos Humanos e Comunicação, e menos presentes em setores como Finanças e Operações — justamente os que mais conduzem à presidência e ao conselho.

A sobre-representação feminina nas áreas ligadas ao cuidado é acompanhada pela menor participação das mulheres em áreas técnicas. Isso revela um desafio adiciona
Carla Fava, diretora do Instituto Talenses Group.
Confira algumas das vozes enriqueceram as análises
“As estruturas corporativas foram, e em grande medida ainda são, desenhadas por homens e para homens.”
— Fernando Ribeiro, pesquisador do Insper
"Se o planejamento estiver só dentro do RH, ele não vai resolver o problema. Seguiremos, ano após ano, vendo o tema andar de lado."
— Carla Fava, Instituto Talenses Group
"A presença feminina no topo da hierarquia pode gerar efeitos positivos em cascata, favorecendo a diversidade nos demais níveis de liderança."
— Ana Diniz, coordenadora do estudo
Ações fazem diferença
Empresas que combinam práticas ESG, compromissos públicos e planos de ação estruturados têm maior presença feminina em todos os níveis de liderança. Entre essas empresas:
têm mulheres na vice-presidência (versus 18,9% nas que não adotam nenhuma estratégia);
têm diretoras (contra 26,2% nas que não adotam nenhuma ação);
têm mulheres nos conselhos (contra 10,4% nas demais).
Jandaraci Araújo, presidente do Instituto Conselheira 101, resume o desafio com precisão:
Somos a maioria, mas seguimos invisibilizadas nas cadeiras de poder. A diversidade que importa não é apenas quantitativa, mas qualitativa.
A Panorama Mulheres | Edição 2025 é um convite à reflexão e, sobretudo, à ação. Porque garantir uma liderança mais diversa, plural e representativa não é apenas uma pauta social — é uma decisão estratégica, com impacto direto sobre inovação, performance e sustentabilidade.
Estes são apenas alguns recortes da pesquisa Panorama Mulheres 2025, uma iniciativa que revela os avanços e desafios da liderança feminina no Brasil. Acesse o relatório completo e aprofunde-se nos dados e reflexões para transformar a realidade das organizações.
