Devo adiar a maternidade pela carreira?

Isis Borge

Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group

A colunista Isis Borge aconselha leitora que está prestes a completar 35 anos e teme ficar estagnada profissionalmente caso decida ser mãe

"Estou prestes a completar 35 anos e alguns questionamentos que já existiam começaram a ficar mais fortes. O principal deles é se devo adiar a maternidade por mais tempo para focar na carreira. Estou crescendo na empresa em que trabalho, com oportunidades de fazer viagens internacionais e participar de projetos de destaque. Ao mesmo tempo, tenho muita vontade de ser mãe, e sinto que chegou o momento de eu realizar esse desejo. Tenho medo de esperar mais tempo e ter problemas para conseguir engravidar, mas também não queria desacelerar profissionalmente, justo agora. O que pesar para tomar essa decisão?" Especialista em marketing digital, 34 anos

Esse é um complexo dilema que muitas mulheres enfrentam nessa fase da vida. E o mais importante é que você saiba que essa é uma decisão particular, que deve ser tomada com base no que faz sentido para o seu momento da sua vida e não no que a sociedade ou a empresa esperam. É legítimo não querer ser mãe para priorizar a carreira, assim como é compreensível querer ter um filho e seguir com a carreira ou fazer uma pausa para cuidar da criança.

Como executiva e mãe de três meninos, posso afirmar que a chegada de uma criança na vida da mulher não precisa, necessariamente, significar prejuízos à carreira. Não dá para negar, porém, que podem ser necessárias algumas adaptações no dia a dia do trabalho, seja durante a gestação ou no período logo após o retorno da licença-maternidade. Antes de retornar para as atividades, você também precisará organizar uma rede de apoio para que você possa cumprir o expediente com mais tranquilidade.

Se ser mãe é um desejo seu, eu te aconselho a seguir com esse plano. Digo isso por acreditar que, para termos realização na vida, é importante que olhemos não apenas para os nossos desejos profissionais, mas também para questões que desejamos. Isso inclui a formação de uma família.

A sua preocupação é legítima. Afinal, com muita frequência, temos notícias de mulheres que, após a licença-maternidade, são demitidas ou desconsideradas de promoções ou projetos importantes nas empresas em que trabalham, mas, felizmente, isso não é regra. Eu, por exemplo, não tive impactos negativos na carreira após ser mãe e, inclusive, conheço muitas mulheres que foram promovidas após terem um filho.

 

 

Colunista afirma que para termos realização na vida, é importante que olhemos não apenas para os nossos desejos profissionais, mas também para questões que desejamos, o que inclui a formação de uma família

 

Vale destacar que, no meu dia a dia como headhunter, já vi mulheres sendo contratadas e promovidas mesmo estando grávidas. Reconheço que o mundo corporativo ainda tem muito a evoluir quando o assunto é mulher no mercado de trabalho, mas tenho visto um movimento crescente e positivo de organizações gerindo pessoas pensando no médio e longo prazo e não em períodos imediatos ou pré-estabelecidos, como o de uma licença-maternidade.

Se, mesmo depois de tudo isso que eu disse, a dúvida persistir, sugiro duas reflexões: “como você gostaria que sua vida e sua carreira estivessem daqui a cinco ou dez anos?” e “nessa projeção, de que forma os papeis de mãe e de profissional se conectam com sentimentos de realização?”. Caso sinta que as duas posições são igualmente importantes para você, essa pode ser a hora de colocar o plano da gravidez em ação. Aqui, acredito ser relevante destacar que a maternidade, pode, inclusive, agregar à sua carreira mais foco e senso de prioridade.

Eu, particularmente, acredito que ganhei um propósito novo com a chegada de cada filho. Quero não apenas garantir o sustento deles como influenciá-los a gostar de trabalhar e se desenvolver, então sinto que, depois que me tornei mãe, estou mais determinada, focada e orientada a resultados. Procuro ser mais produtiva e eficiente durante o expediente para aproveitar melhor meu tempo com eles. Sinto que sou mais empática no contato com o outro.

Quanto revelar ou não os planos de gravidez para a pessoa responsável pela sua gestão, essa também é uma decisão particular, mas não se sinta obrigada a fazer esse comunicado precoce. Até mesmo porque cada mulher tem um tempo diferente para engravidar.

 

Quando a gravidez já for um fato, porém, seja a pessoa responsável a transmitir a notícia para quem julgar necessário. Você pode até esperar as habituais 12 semanas para contar, mas faça o comunicado e mantenha a qualidade das suas entregas, respeitando a sua saúde e o seu bem-estar. Juntamente com a sua liderança direta, é possível encontrar uma forma de continuar crescendo e prosperando na carreira.

 

Caso sinta que a notícia da gravidez não foi bem aceita, esse pode ser um claro sinal de que a cultura da organização não tem espaço para inclusão e diversidade. Eu, no seu lugar, consideraria fortemente iniciar a busca por outra oportunidade de trabalho em empresas que entendam que os colaboradores podem e devem ter uma vida fora do expediente.

 

Bons profissionais sempre terão espaço no mercado de trabalho. Nas empresas maduras, em que a liderança consciente se destaca, a demanda é por profissionais que sabem equilibrar vida e carreira, com inteligência emocional, saúde mental e maturidade. Esses são ingredientes fundamentais para ambientes corporativos saudáveis, produtivos e prósperos.

iSIS BORGE
Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group

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