Licença-maternidade

orientações para mães e empregadores

Tenho dois filhos e acredito que a maternidade, seja ela gestacional ou por adoção, é um dos momentos mais especiais na vida de um casal, e impacta profundamente a vida das mulheres que optam por serem mães. É fácil observar como a gravidez pode gerar uma série de angústias e incertezas quando se pensa em conciliar maternidade e carreira. Por estar atenta a isso, tenho me aproximado cada vez mais dos grupos de mães que mantiveram suas carreiras e de empresas que apoiam as mulheres nesse importante período. 

Com base em relatos que já ouvi - tanto das mulheres, quanto dos empregadores - reuni abaixo as principais dúvidas das mães, seguidas das minhas percepções sobre cada tema, e sugestões de boas práticas para os empregadores.

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Vou perder meu emprego?

Muito provavelmente não. Na maior parte dos casos, a reação do empregador a uma gestação ou adoção é muito positiva. Atualmente, costumam ser minorias as mulheres demitidas após a licença-maternidade, ou com escopo de trabalho reduzido, ou até mesmo transferidas para outro departamento. Claro, infelizmente casos assim ainda acontecem e com certeza merecem bastante atenção para serem extintos. Mas percebo que o mundo corporativo está evoluindo muito nesse sentido.

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Qual é o período de licença-maternidade?

O regular são 120 dias corridos, mas pode chegar a 180 dias em empresas que aderiram ao Programa Rede Cidadã. Não esqueça que é possível emendar o período com as férias. Isso, tanto para gestação, quanto para adoção. 

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Quando contar ao empregador sobre a gravidez?

A liderança direta deve ser a primeira a saber sobre a gravidez da mulher, mas não necessariamente nos primeiros dias, a não ser em casos de gestação de risco ou de funções que podem prejudicar a vida do bebê. Excluindo esses casos, se a mãe fizer parte do grupo de mulheres que preferem divulgar a informação após o terceiro mês de gestação, não problemas em adiar um pouco o comunicado. 

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Como proceder diante de um aborto espontâneo?

Ainda que seja triste, é necessário falar sobre esse assunto. Isso porque muitas mulheres não sabem que quando atuam dentro do regime CLT, elas têm direito a um afastamento do trabalho diante de um aborto espontâneo. Se a interrupção espontânea acontecer antes da 23ª semana, a mulher tem direito a 14 dias de licença. Caso a perda ocorra após a 23ª semana, a licença-maternidade é integral. Se acontecer com você e sentir necessidade de tirar alguns dias para se recuperar, peça um atestado médico e veja com sua empresa quais são os próximos passos. 

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Como deixar o trabalho organizado para o período de ausência?

Para evitar transtornos, caso a mulher precise se ausentar antes do previsto, recomendo listar em uma planilha: as atividades que realiza; a frequência que devem ser executadas; e as áreas de interface com seus respectivos interlocutores. É importante, também, fazer registros semanais ou mensais dos status das ações. A liderança direta deve ser comunicada sobre a existência e localização desses dois documentos. É gentil, também, que a mulher se coloque à disposição para indicar pessoas que possam assumir suas responsabilidades e propor uma reunião de transição.  

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Preciso ficar atenta aos e-mails urgentes ou mensagens do celular durante a licença?

O ideal é que assim que iniciar a licença-maternidade, a mulher se desligue do ambiente corporativo para aproveitar de forma saudável todas as fases. Então, combine com o seu empregador a regra do jogo para sair tranquila. O foco deve ser no descanso, cuidados pessoais e atenção total ao bebê e às atividades que estreitem os laços da família com a criança. Eu, por exemplo, adorei fazer passeios ao ar livre, participar de aulas de dança materna e ir às sessões de Cinematerna 

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Quando devo começar a organizar o retorno ao trabalho?

O meio da licença-maternidade é o momento ideal para que a mulher comece a organizar seu período de retorno. É muito importante o apoio do cônjuge nesse retorno e nas seguintes decisões em relação ao bebê: Onde e com quem a criança ficará? Babá, berçário ou alguém da família? Isso vai impactar no orçamento da família? Como será a alimentação do bebê no retorno? Na dúvida, é possível buscar o apoio de mulheres que estejam passando pelo mesmo momento ou já o superaram. É importante também que no último mês de licença a mãe crie uns momentos de afastamentos do bebê para que ambos possam ir se acostumando com a realidade que está por vir. 

Cinco boas
práticas do
empregador

Definir quem vai assumir as atividades da gestante

Quem vai assumir as atividades da gestante no período de licença? A demanda será distribuída entre pessoas da própria empresa ou será necessário contratar um profissional temporariamente? Tem sido cada vez mais usual trazer um funcionário apenas para esse período. É importante que o RH se prepare em relação a esses questionamentos para não sobrecarregar os profissionais que estarão presentes no momento e, assim, garantir um andamento efetivo das atividades.  

Dar suporte à mulher durante a gestação

Benefícios não financeiros são ótimos para reter profissionais. Alguns mimos costumam encantar, como: reserva de vaga no estacionamento próximo à entrada; plano de saúde com serviço especial às gestantes; abertura ao home office no fim da gestação; jornada flexível como incentivo à realização de exames; apoio do RH na resolução de questões com o plano de saúde e escolha da maternidade; disponibilização de uma nutricionista para acompanhar a gestante; e entrega de snacks mais saudáveis e frutas. Visitei uma empresa que presenteou a gestante com um porta-retratos que tinha a imagem do ultrassom, por exemplo. Além disso, há companhias que organizam um chá de fraldas internamente.  

Permitir que a mulher se desligue da empresa no período de licença

O empregador deve ter ciência da importância desse momento e respeitar o período de afastamento. Em geral, após a licença-maternidade, a mulher retorna ao trabalho com mais garra e determinada a unir forças para ter sucesso na carreira e proporcionar um futuro mais próspero para o bebê. 

Ser acolhedor nas boas-vindas

Faça com que a mulher se sinta bem-vinda. Para isso, uma sugestão seria decorar a mesa da mãe com um porta-retratos que tenha a foto do bebê. Se possível, estude a possibilidade de oferecer uma sala de apoio à amamentação e um kit para coleta e armazenamento do leite materno. Um frigobar exclusivo para o armazenamento do leite materno também é interessante para garantir a higiene. Algumas empresas já incluíram berçário nas instalações. Seria ótimo se mais empresas adotarem essa medida. 

Considerar estender a licença-paternidade

Para finalizar, convido todos os empregadores a pensarem sobre a extensão da licença-paternidade, já que o momento também é especial para os homens e a participação deles é essencial no cuidado com as crianças. Há casos, inclusive, que os homens assumem a responsabilidade de maneira integral. Aqui no Brasil, ainda precisamos amadurecer sobre esse tema, mas exemplos de outros países nos mostram que vale a pena pensar no assunto. 

 

Em suma, a licença-maternidade é muito importante para a qualidade de vida da mãe e da criança e, se bem organizada, não prejudica os negócios da empresa e nem a carreira da mulher. 

 

Isis Borge

Managing Partner Talenses Group & Executive Director Talenses

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